terça-feira, 24 de maio de 2011

Bob Dylan

O último nome de um dos grandes legados norte-americanos

07 de maio de 2011 | 0h 00

Alexandre Matias - O Estado de S.Paulo
A importância de Bob Dylan pode ser medida de muitas formas. Ele foi um dos personagens centrais na luta pelos direitos civis nos anos 60, ajudou o rock a entrar na maturidade e se tornar o principal gênero musical da segunda metade do século passado, misturou alta e baixa cultura em letras que citavam a Bíblia, Shakespeare e os beats, expandiu a duração da música pop, fez a country music sair da Disney particular em que estava se enfiando (Nashville) e reabilitou Johnny Cash, apresentou maconha aos Beatles, duvidou (várias vezes) da religião, da cultura de seu tempo e dos próprios fãs. Montado no cavalo da contradição, foi o último caubói do Velho Oeste chamado Estados Unidos - ironicamente um judeu de Minnesota que fez sucesso entre os intelectuais nova-iorquinos.
Mas Dylan talvez mereça ser lembrado como o sujeito que salvou um dos maiores legados do século passado: a canção norte-americana.
Uma tradição que se iniciou quando definiram que os novíssimos discos de vinil não podiam carregar mais do que quatro minutos de música - e, portanto, não serviam para gravar música erudita. Foi inventado um gênero que misturava a tradição popular ao modelo fordista de produção - e logo os cânticos do povo eram enquadrados ao formato introdução-estrofe-refrão-estrofe-solo-refrão, que funcionou como terreno fértil para novos mestres como os Gershwin, Cole Porter, Irving Berlin, Johnny Mercer e Louis Armstrong. A canção popular, como o carro, o jeans, o cinema e o computador, é um dos grandes legados da cultura americana do século passado para a História.
Mas aí veio o rock, que começou truculento e rude como uma espécie de baião ianque, e a música começou a perder sutileza e nuances. Com o rock veio a guitarra elétrica e o barulho - e em menos de dez anos após a aparição de Elvis Presley, a canção norte-americana estava fadada a sumir sob uma avalanche de microfonia, berros e quadris sacolejantes.
Mas aí veio Dylan, a princípio quietinho com seu violão e voz mirrada, e chamou a responsabilidade para si. E fugindo do óbvio, detectou as principais tendências de seu tempo como forma de fugir delas. Negou o título de porta-voz de uma geração, foi elétrico quando ser elétrico era sinônimo de adolescência, se isolou no campo quando o movimento hippie veio bater à sua porta, não teve medo de expor seus sentimentos e ansiedades numa persona arredia, canta - até hoje - as mesmas músicas cada hora de um jeito diferente. Mas ainda são canções. Ainda seguem a tradição inventada no tempo em que o vinil era uma novidade tecnológica tão excitante quanto a música digital hoje em dia. Comemorar seu aniversário é obrigação de todos nós.
ALEXANDRE MATIAS É EDITOR DO LINK
Fonte: O Estadão

Dylan, 70, em páginas

por Rose Saconi
24.maio.2011 07:01:48
Bob Dylan completa 70 anos hoje.  Nascido Robert Allen Zimmerman em Duluth, Minnesota, em 24 de maio de 1941, adotou seu codinome em homenagem ao poeta Dylan Thomas. Em 50 anos de carreira, o compositor de sucessos como Blowin’ in the Wind e Like a Rolling Stone, tornou-se um dos maiores mitos da música popular americana no século 20.
Nas páginas do Estado e do Jornal da Tarde,  um pouco da história do ídolo.
JT – 30/08/1966
1969
Anos 70
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Anos 80

Os shows no Brasil
1990
1991
1998
2008
Tratamento de Imagens: José Brito
Fonte: O Estadão 

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