A governadora decide cortar o ponto dos professores.

   
  A intransigência está cada vez mais clara, o a governadora fez uma uma proposta ínfima que não foi aceita pelos professores, até aí faz parte da negociação, porém, a governadora não refez a proposta e agora decide cortar o ponto dos professores. O que isso significa? Bom, se muitos alunos já não tem aulas devido a caixas de água que ameaçam cair, falta de professores no quadro, e devido a greve de mais de 40 dias dos professores que exigem o mínimo (que a governadora cumpra a lei do piso salarial e que ela não acabe com o plano de cargos, carreira e salários).
   Para fechar a tampa do caixão da educação e jogar a pá de cal que faltava, a governadora decide cortar o ponto dos professores em greve, vale lembrar que a greve é um direito e a única ferramenta que o professor dispõe para reivindicar seus direitos, pois se nem com 40 dias de greve a governadora cumpri a lei, imagine se os professores só pedissem através de ofícios, alguém é inocente o suficiente para acreditar que ela daria algum reajuste?
   Ao cortar o ponto dos professores, a governadora além de humilhar a classe dos professores, ela tira a obrigação de reposição de aulas aos alunos, pois quem vai trabalhar de graça? Ou seja, os alunos vão ficar sem reposição de mais de 40 dias de aulas? Um dia de aula tem, normalmente 5 aulas, isto é, quando a escola tem seu quadro de professores completo  mas como a governadora não contrata... Bom, mais vamos supor que tenha todos os professores, então multiplique 5 (número de aulas por dia) por 40 (número de dias em greve até agora), o resultado é 200 aulas, como o nosso índice de educação já é o pior ou um dos piores do Brasil, imagine com mais de 200 aulas a menos, sim mais de 200 aulas a menos, pois a quanto tempo o RN está sem professores e a governadora não faz concurso para contratar e completar as necessidades das escolas? Quem disse que a greve vai acabar com 40 dias? E pior, ao cortar o ponto, os professores não vão repor as aulas que não ocorrerão devido a greve. E agora?
        Fato interessante, até citado pela professora Amanda Gurgel, foi que o Ministério Público (que segundo o vídeo parece que só fiscaliza se o professor come o cuscuz da merenda) até agora não fez nada e nem se pronunciou, será que a governadora não tem que cumprir leis federais? Será que quando a greve fez 30 dias já não era o caso do Ministério Público ter se pronunciado? Onde está? Qual o motivo de tanto silêncio?
       E onde estão os deputados estaduais e federais? Não se vê um deputado nas assembleias realizadas pelos professores, na tv e nem durante as negociações como o governo, estes só falam em educação durante a eleição.


Vejam o que diz o jornal Diário de Natal sobre o corte do ponto dos professores em greve:

Cidades
Edição de quarta-feira, 15 de junho de 2011 

Governo decide cortar ponto de professores em greve

Medida foi anunciada após docentes negarem nova proposta feita pelo Executivo
Fernanda Zauli // fernandazauli.rn@dabr.com.br

Os professores da rede estadual não aceitaram a nova proposta do Governo do Estado e decidiram manter a greve por tempo indeterminado. Em resposta, o secretário chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso, anunciou que vai cortar o ponto dos docentes que não voltarem ao trabalho. A nota encaminhada ao Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte/RN) pela Secretaria Estadual de Educação e Cultura ontem afirmava que aquele era "o último posicionamento acerca dos pleitos da categoria". Uma nova assembleia está marcada para a próxima sexta-feira, para definir os rumos da negociação.

Paulo de Tarso lamentou a decisão dos professores e confirmou que essa foi a última proposta do Governo do Estado. "Não temos como negociar mais. Compete agora ao sindicato e aos grevistas decidirem os rumos dessa greve. O governo fez o que pode", afirmou. O secretário disse ainda que os dias dos professores que estão parados não serão pagos. "É injusto com os profissionais que estão trabalhando que sejam pagos os dias dos que estão paralisados", afirmou.

A novidade da última proposta do governo é a implementação dos 30% referentes à primeira parcela do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos Órgãos da Administração Direta aos profissionais da educação. Além disso, o Executivo reiterou a proposta já apresentada, em que assegura, de imediato, a implantação do Piso Salarial Nacional do Magistério e o aumento real de 34% no vencimento de todos os profissionais do magistério da ativa e também dos inativos, de forma progressiva e negociada, em quatro parcelas. O governo também se comprometeu a pagar 40% do 13º salário ainda no mês de junho e afirmou que "temas como pagamento de contratos temporários, estagiários, aposentadorias, horas suplementares e concurso público estão sendo equacionados pela Secretaria de Educação e Cultura".

De acordo com o coordenador geral do Sinte/RN, José Teixeira da Silva, a decisão de manter a greve foi tomada quase por unanimidade entre os professores presentes. Segundo ele, os profissionais não aceitam o pagamento escalonado do aumento salarial de 34%. "Nós queremos o cumprimento imediato do piso. A assembleia foi muito representativa e com aquela proposta apresentada pelo governo não tem acordo", disse. A próxima assembleia está marcada para sexta-feira. "Se até lá o governo não apresentar uma nova proposta, nós iremos deliberar sobre as manifestações do movimento grevista", afirmou José Teixeira.