quinta-feira, 28 de junho de 2012

Novas Mídias alternativas


Mídias alternativas estão surgindo pela cidade

Equipe do portal Nominuto.com conversou com a turma do O Coyote, Jornal Livre e Ligados FM.

Por Lara Paiva
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Lara Paiva/Nominuto.com

Periódico O Coyote é formado por uma equipe de dez pessoas.
As mídias alternativas, como o nome já diz, são aquelas que dão opção ao cidadão ler um conteúdo que não é visto, com frequência, na grande imprensa. Elas podem usar o blog, Twitter, Facebook, vídeos, jornais impressos, entre outros.

Além disso, não precisa ser um comunicador social para construí-las. Em Natal, as pessoas estão criando e aderindo essas novas mídias. Elas são bastante divulgadas pelo contato facial e também através das redes sociais.

O portal Nominuto.com falou com as equipes dos jornais O Coyote e Jornal Livre e com o pessoal do blog ‘Ligados FM’. Nós conversamos sobre como surgiu cada uma delas e a importância das mídias alternativas para a cidade do Natal.

Formado por uma equipe de dez pessoas, o periódico O Coyote surgiu no ano passado como uma forma de colocar assuntos que não foram em pauta pela imprensa, além de comentar dos que estão sendo falados.

Muitas de suas notícias são divulgadas de forma humorada. “O humor é bastante presente com todos os participantes”, respondeu Eduardo Vinicius, o editor-chefe. Publicado bimestralmente, o jornal já contou com a colaboração do jornalista Olavo de Carvalho.

A equipe do O Coyote negou que eles tenham uma preferência política. “Não é um jornal de direita, embora haja alguns colunistas que tenham essa visão. Queremos é criticar e avaliar a política brasileira”, falou o editor-chefe.

No início, os rapazes Eduardo Vinicius e Dyjann Müller iriam fazer uma revista sobre empreendedorismo. Contudo, eles não haviam recursos financeiros suficientes para construí-la. “A gente percebeu que havia algumas coisas no jornalismo que não concordávamos. Então, resolvemos chamar pessoas que pudessem escrever e pensar”, disse Vinicius.

Eduardo também justificou que não tinha muitos jornais da cidade que tivessem uma proposta diferente e inovadora. Além de política e humor, ele também fala sobre textos literários e faz entrevistas com personalidades.

De acordo com Vinicius, dos 2000 exemplares, que são feitos, 1500 são vendidos. A partir de junho, O Coyote será vendido nas bancas das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, a intenção é que seja circulado nacionalmente. Eles também possuem uma página na internet.

Reprodução/Facebook
Jornal Livre é o jornal-laboratório dos estudantes de Comunicação da UFRN.
Jornal Livre é o jornal-laboratório dos estudantes de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Seu lançamento foi nesse ano, mas a sua luta começou há uns dois anos atrás.

Inicialmente, um grupo de alunos iria fazer uma revista e convidou o professor Emanoel Barreto para orientá-los. Mas, a ideia evoluiu e resolveram criar um jornal impresso, mas para fazê-lo precisava de recursos.

Então, surgiu a campanha #QueremosUmJornal. Através das mídias sociais, os alunos queriam o apoio da instituição de ensino e falavam da importância de ter um jornal na universidade, uma vez que permitiria ao aluno conhecer o dia a dia da redação e ter uma formação profissional.

A campanha teve apoio dos jornalistas locais e também de outros estados. Depois de uma conversa com a reitoria, eles conseguiram o seu jornal laboratório, no qual a primeira edição saiu em 7 de maio de 2012. Quase todas as tiragens foram vendidas e o dinheiro será usado para próxima edição.

Para chamar pessoas ao projeto, a equipe do Jornal Livre fez oficinas com os estudantes e tinham a participação de profissionais do ramo da comunicação. Desde o texto até a diagramação, tudo é por alunos.

Professor Emanoel Barreto é orientador do projeto, ele disse que procura deixar os alunos a vontade, para fazê-los sentir que estão fazendo um jornal. Barreto diz que o seu diferencial é que ele não fala somente dos assuntos da universidade, mas sobre a cidade. Na primeira edição, os assuntos das reportagens foram à situação do Ceduc, o festival Mada e o casamento. As reportagens falam, com qualidade, sobre esses assuntos.

Professor disse que nas próximas edições, eles vão falar dos assuntos da universidade, mas eles querem propor um diálogo não só com a comunidade acadêmica. Além da parte impressa, o jornal tem a equipe de webjornalismo que coloca reportagens exclusivas nosite do projeto.

Os blogs são uma das ferramentas para as pessoas que são interessadas em criar mídias alternativas. Principalmente, na área cultural. O Ligados FM surgiu no final do ano passado, quando o estudante de letras Felipo Bellini começou a chamar amigos para escreverem no seu blog.
Andrey Lourenço
Ligados FM fala sobre esportes, literatura, música, além de cobrir alguns eventos culturais.

Ele cresceu e também se transformou em um programa de rádio que falava não só de livros, mas realizava entrevistas, criava uma agenda cultural, fazia perfis das bandas potiguares e entre outros assuntos. Entretanto, o programa foi extinto por problemas internos.

Mas, isso não abateu Felipo Belini e ele resolveu melhorar o blog, adicionando novos colaboradores e conteúdos. O Ligados FM fala sobre esportes, literatura, música, tirinhas, além de cobrir alguns eventos culturais da cidade. “A gente trabalha com o contra senso, enquanto muitos blogs fazem textos curtos. Preferimos fazê-los mais compridos”, disse Bellini.

Além disso, Felipo respondeu que querem investir na área de multimídia, como criação de podcast e curtas metragens. “Eu não considero o blog um trabalho, mas como um hobby”, respondeu. O blog possui dez pessoas participando do projeto. Ele disse que não pretende o transformar em portal de notícias, pois gosta do formato do blog. “Os textos são escritos e refeitos até criar a sua forma”, respondeu.

“Natal precisa de informação, que trabalha com esse tema que falamos. A gente não depende dos outros para escrever. A nossa equipe expressa uma opinião própria”, justificou o estudante de letras.

Emanoel Barreto disse que a importância das mídias alternativas é que elas dão possibilidade ao leitor de conhecer outros temas. No caso do Jornal Livre, Barreto disse que ele permite o leitor leia um texto que aprofunda o assunto. “O jornal veio para ficar, ele só não fica se a universidade não quiser”, respondeu.
Fonte: NOMINUTO

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