quinta-feira, 5 de julho de 2012

Motocicletas e economia de combustível


As motos já são econômicas, mas elas podem ser mais ainda

Motos são proporcionalmente mais econômicas do que carros. Uma utilitária de 125/150cc pode fazer facilmente mais de 30 km/litro


  • Texto: Geraldo Tite Simões
  • Fotos: Divulgação
É fato que motos são veículos mais econômicos em relação aos carros, principalmente as pequenas na faixa de 125 a 200 cc. Por isso algumas pessoas até esquecem daqueles velhos conselhos de economia de gasolina que tanto martelaram nas nossas cabeças na época da crise do petróleo, nos anos 80.

E não é só a economia de gasolina que pode fazer a alegria do seu bolso. Nas motos, ao contrário dos carros, muitos dos itens de manutenção podem ser interferidos pelo dono. Para aumentar ou diminuir a durabilidade das peças. Veja algumas dicas para proteger seu patrimônio.

Motos são proporcionalmente mais econômicas do que carros. Uma utilitária de 125/150cc pode fazer facilmente mais de 30 km/litro, mas pode chegar a mais de 40 km/litro especialmente agora que são equipadas com injeção eletrônica. Mesmo assim pode melhorar. Uma atitude simples é usar muito o câmbio, trocando marchas constantemente para manter o motor sempre na rotação ideal de funcionamento, nem muito alta, nem muito baixa. Nem precisa usar o conta-giros (que a maioria das pequenas nem tem), mas sentir pelo som e vibração se o motor está pedindo uma marcha mais alta; ou pela falta de força, que indica a hora de reduzir.

Na época das motos carburadas, usava-se muito o truque de acionar a embreagem bem antes de parar a moto como se estivesse em ponto-morto. Com a injeção eletrônica o correto é deixar a moto engrenada até quase parar a aí sim acionar a embreagem.

Falando em embreagem, na moto-escola você aprende a manter a marcha engatada quando pára em semáforos. Mas isso só vale se o terreno for muito inclinado, porque o pé direito precisa acionar o freio traseiro e não dá para tirar o pé esquerdo do chão e engatar a marcha. Mas no plano ou com pequena inclinação o melhor é segurar a moto no freio dianteiro e manter a moto em ponto-morto, liberando a embreagem. Isso alivia todo o sistema e mantém a embreagem por mais tempo.

Uma das grandes diferenças entre carros e motos está no sistema de freios. No carro o motorista aciona um pedal e a frenagem se distribui nas quatro rodas. Nas motos o freio dianteiro é separado do traseiro e cabe ao motociclista decidir quanta força aplicar em cada um. Um dado revelado pela Honda surpreendeu: de cada 10 kis de freio vendidos no Brasil 8 são de freio traseiro e 2 são dianteiros. Mas deveria ser exatamente o inverso! Pelas características dinâmicas das motos, o freio dianteiro deve gastar primeiro porque 70% da frenagem cabe à roda dianteira.

Infelizmente esse desvio comportamental se deve aos graves erros cometidos pelos instrutores de moto-escola que ensinam a frear apenas com o freio traseiro. Para não forçar demais nenhum dos sistemas, o correto é sempre frear com os dois ao mesmo tempo, com mais intensidade no freio dianteiro. E esqueça aquela idéia antiquada de reduzir para frear usando o “freio-motor”. Uma pastilha de freio custa muito menos e é bem mais fácil de trocar do que um anel de pistão. Reduza as marchas suavemente, mantendo a rotação baixa até parar.

Outra diferença importante em relação aos carros são os componentes da transmissão. A imensa maioria das motos ainda usam sistema de corrente/coroa/pinhão que é um item de grande desgaste e cuja durabilidade depende basicamente da manutenção. Esqueça os conselhos vindos de fóruns e amigos porque existe muito erro de informação. Para começar não use qualquer tipo de solvente para limpar a corrente. Muito menos gasolina e querosene! A melhor forma de limpar é usar um óleo fino em spray, ou óleo diesel. Depois espere secar e aplique graxa branca em spray. Não use óleos queimados, nem graxa comum porque eles permitem a aderência de areia e terra que se transformam em um eficiente rebolo.

Não precisa lubrificar a corrente diariamente como alguns fazem, mas uma vez por semana está ótimo ou sempre depois de pegar chuva. A areia misturada com a água também é uma eficiente lixa. Já vi correntes durarem mais de 60.000 km facilmente, assim como vi algumas acabarem com 10.000 km. Só depende da manutenção e da forma de pilotar. Pilotos mais suaves fazem o sistema de transmissão durar mais. E uma dica: se a corrente apresentar desgaste excessivo, não corte um elo, porque depois não irá casar com a coroa e pinhão. E procure sempre trocar o sistema todo corrente, coroa e pinhão, porque uma corrente nova em uma coroa velha também dura menos.

Finalmente, outro item que tem a durabilidade diretamente relacionada com a forma de pilotagem são os pneus. Manter a calibragem aferida pelo menos a cada 15 dias, pilotar suavemente e evitar terrenos irregulares são as dicas mais valiosas para fazer os pneus durarem mais. O principal fator de desgaste ainda é a massa (peso). Quem roda muito com garupa acaba consumindo o pneu mais rapidamente. E mais uma vez não custa lembrar: é proibido uso e comercialização de pneus remold para motos!

O item mais importante na durabilidade das peças de sua moto ainda é você mesmo. Evite freadas bruscas e acelerações violentas que todos os componentes durarão muito mais.



Um trabalho de formiguinhas

Em recente artigo publicado no WebMotors sobre a dificuldade em mudar a cabeça de motoristas e motociclistas, recebi uma interessante mensagem da Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso do Sul, assinada por Maria Rubim, que publico na íntegra e revela como as ações podem ser feitas com boa vontade e iniciativa política:

“Percebo, pela escrita abaixo (o texto, que estamos diante de um quadro aterrorizante! Em MS não é diferente do restante do país, porém temos buscado soluções concretas.

Instituições voltadas à educação, saúde, trânsito, direitos humanos, dentre outras, tem buscado por meio de encontros mensais discutir e apresentar propostas integradas para o enfrentamento da atual situação.

Bem, até o presente momento, conseguimos instituir o Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito, por meio da prefeitura municipal de Campo Grande, onde diversas instituições, por volta de 26, são representadas.

Há uma equipe interinstitucional que verifica in loco os locais onde ocorrem acidentes fatais e buscam obter informações reais, por meio de coleta de dados, que possam interpretar a ocorrência e apontar para uma possível resolução.

Desde 2006 temos uma Resolução que institui a Política de Educação e Ensino para o Trânsito de Mato Grosso do Sul, onde todas as escolas do sistema de ensino passam a tratar da temática trânsito de maneira constante e amiúde.

Acreditamos que a educação é um caminho,caminho longo porém necessário. Por isso desde a educação infantil os estudantes tem acesso a esse itinerário que é mantido durante toda a Educação Básica.

Recentemente a TV Pantanal Brasil, em parceria com o DETRAN MS, lançou o programa SE LIGA. É um programa de auditório onde os estudantes do Ensino Médio e Acadêmicos do Ensino Superior participam de discussões e divulgam os projetos que são desenvolvidos nas unidades escolares. Iniciamos também uma parceria com o DETRAN para que estudantes de Ensino Médio possam, por meio do desenvolvimento de Atividade Extracurricular, realizar a formação do Jovem Condutor, ou seja, ao invés do estudante recorrer a um CFC e em 40 horas realizar as aulas teóricas ele o faz na escola, contraturno, sábado ou sexto-tempo, com duração de 155 horas, sendo que esse ensino apóia-se no contexto e entorno onde o estudante diariamente movimenta-se.

Nesse espaço de tempo pudemos observar mudanças de comportamento não só no estudante, com relação ao uso das vias, porém nos professores que ministram a temática. Indiscutível a validade de discutir e interpretar o texto vivo "trânsito" na escola.

Temos ainda em parceria com a AGETRAN, órgão municipal de trânsito em Campo Grande - MS, o desenvolvimento do programa Escola Segura que atribui selos ouro, prata e bronze às escolas que desenvolvem e participam de ações de releitura do trânsito, buscando uma interpretação mais humana em detrimento a síndrome do coelhinho de Alice no País das Maravilhas. É importante sentir o sabor e isso só conseguimos quando nos detemos no agora”.

Maria Rubim SED – Mato Grosso do Sul

E ajude-me a produzir mais matéria técnica: mande suas dúvidas e sugestões sobre motos e pilotagem no e-mail info@speedmaster.com.br!

Confira também os textos da série “A vida em perigo”: A segurança na pista À beira do abismo A vida em perigo Velocidade vicia

As opiniões expressas nesta matéria são de responsabilidade de seu autor e não refletem, necessariamente, a opinião do site WebMotors.
Fonte: WEBMOTORS

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