Por meio da internet, cidadãos se organizaram contra o preço abusivo da gasolina cobrado pelos postos de combustíveis em Natal-RN, criando um boicote, o manifestações ocorreram no twitter, no boicote postos e nas ruas, esse exemplo raro de participação e cidadania que devem ocorrer numa democracia. Porém, o cidadão que mobilizou e externou a indignação de todos os natalenses sofreu um atentado, digno de filme de mafiosos ou de países ditatorias, além de ser ameaçado foi também espancado e novamente ameaçado. Cadê a justiça? Cadê os direitos humanos? A polícia vai investigar? O Ministério Público vai fazer algo com relação aos criminosos que encomendaram o crime? Ou será que a impunidade vai continuar?
Vejam os seguintes artigos de jornais locais sobre o preço da gasolina e a agressão física ao cidadão:
Covarde intimidação
Idealizador de campanha no Twitter por combustíveis mais baratos sofre ameaças e é agredido
Fernanda Zauli // fernandazauli.rn@dabr.com.br
Fernanda Zauli // fernandazauli.rn@dabr.com.br
Em meio à campanha contra o aumento dos combustíveis em Natal, a intimidação. O idealizador e coordenador do serviço @viacertanatal, que informa as condições do trânsito na cidade por meio do Twitter, Hudson Silvestre, recebeu ameaças através do microblog e chegou a ser agredido fisicamente na tarde de quarta-feira, quando foi surrado por um motoqueiro não identificado que o abordou enquanto Hudson registrava um acidente de trânsito na Avenida Lima e Silva. Foi o perfil Via Certa Natal que começou a campanha pela redução dos preços dos combustíveis no Twitter e criou a hashtag #combustivelmaisbaratoja, termo que alcançou mais de 28 mil replicações na rede, mantendo-se entre os termos mais comentados em todo o Twitter. Diante da coação e buscando se preservar, o tuiteiro publicou na Internet um aviso a seus seguidores no início da tarde de ontem comunicando que estava desistindo da campanha.
Em entrevista ao Diário de Natal, Hudson contou que a primeira ameaça chegou na manhã de quarta-feira, por meio de uma Direct Message (Mensagem direta) no Twitter que dizia: "Se a gente quebrar, vocês vão quebrar também". As ameaças teriam partido do usuário @terrornasbombas, que na tarde de ontem já havia sido excluído do site. O coordenador do Via Certa relata que no início da tarde, enquanto fazia fotos de um acidente ocorrido na Avenida Lima e Silva, foi agredido por um motoqueiro. Por conta de um AVC, Hudson tem dificuldade de locomoção e anda com o auxílio de muletas. "Ele começou a me dar murros e chutes e eu não tinha como me defender por conta da minha dificuldade de locomoção. Quem me ajudou foi o motorista do carro que estava envolvido na colisão", conta. Segundo ele, as únicas palavras que o motoqueiro falou foram "vagabundo tem que apanhar".
No entanto, as ameaças não pararam por aí. Quando acessou o Twitter do Via Certa, no fim do dia, a vítima se deparou com mais uma mensagem que dizia "O que aconteceu hoje foi só o começo, se vocês continuarem virá muito mais". Hudson prefere não acusar ninguém sobre a autoria da agressão física, mas garante que essa é a primeira vez que passa por uma situação de ameaça. "Fica difícil a gente falar 'foi esse ou aquele'. Acusar alguém ou algum órgão seria leviano", afirmou.
Após o fato, o Via Livre postou no Twitter: "Temos uma equipe de 6 pessoas circulando pela cidade com o uniforme do @viacertanatal, para preservar a nossa equipe do @transitonatal, @viacertanatal e @ViaCertaII vamos parar com a campanha #combustivelmaisbaratoja. Um membro da nossa equipe foi agredido ontem sem motivos e tbm recebemos ameaças via twitter. Pedimos o entendimento de todos e agradecemos o respeito pelo nosso trabalho", dizia a mensagem publicada na internet.
Intimidado, Hudson Silvetre conversou com sua equipe de trabalho do Via Certa e decidiu não registrar nenhum boletim de ocorrência. "Decidi não fazer nada porque temos uma equipe de seis pessoas que trabalham nas ruas, com camisetas que identificam o Via Certa, e todos nós estamos vulneráveis. Para resguardar nossa equipe não vamos levar isso adiante", disse.
Além disso, Hudson afirmou que não vai prosseguir com a divulgação da expressão "combustível mais barato já", embora seja possível que outros usuários o façam já que a expressão se tornou de domínio público. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a expressão foi replicada no Twitter mais de 28 mil vezes desde o início da semana, mantendo-se entre os assuntos mais comentados no microblog.
Manifestantes boicotam posto na Prudente de Morais
Em entrevista ao Diário de Natal, Hudson contou que a primeira ameaça chegou na manhã de quarta-feira, por meio de uma Direct Message (Mensagem direta) no Twitter que dizia: "Se a gente quebrar, vocês vão quebrar também". As ameaças teriam partido do usuário @terrornasbombas, que na tarde de ontem já havia sido excluído do site. O coordenador do Via Certa relata que no início da tarde, enquanto fazia fotos de um acidente ocorrido na Avenida Lima e Silva, foi agredido por um motoqueiro. Por conta de um AVC, Hudson tem dificuldade de locomoção e anda com o auxílio de muletas. "Ele começou a me dar murros e chutes e eu não tinha como me defender por conta da minha dificuldade de locomoção. Quem me ajudou foi o motorista do carro que estava envolvido na colisão", conta. Segundo ele, as únicas palavras que o motoqueiro falou foram "vagabundo tem que apanhar".
No entanto, as ameaças não pararam por aí. Quando acessou o Twitter do Via Certa, no fim do dia, a vítima se deparou com mais uma mensagem que dizia "O que aconteceu hoje foi só o começo, se vocês continuarem virá muito mais". Hudson prefere não acusar ninguém sobre a autoria da agressão física, mas garante que essa é a primeira vez que passa por uma situação de ameaça. "Fica difícil a gente falar 'foi esse ou aquele'. Acusar alguém ou algum órgão seria leviano", afirmou.
Após o fato, o Via Livre postou no Twitter: "Temos uma equipe de 6 pessoas circulando pela cidade com o uniforme do @viacertanatal, para preservar a nossa equipe do @transitonatal, @viacertanatal e @ViaCertaII vamos parar com a campanha #combustivelmaisbaratoja. Um membro da nossa equipe foi agredido ontem sem motivos e tbm recebemos ameaças via twitter. Pedimos o entendimento de todos e agradecemos o respeito pelo nosso trabalho", dizia a mensagem publicada na internet.
Intimidado, Hudson Silvetre conversou com sua equipe de trabalho do Via Certa e decidiu não registrar nenhum boletim de ocorrência. "Decidi não fazer nada porque temos uma equipe de seis pessoas que trabalham nas ruas, com camisetas que identificam o Via Certa, e todos nós estamos vulneráveis. Para resguardar nossa equipe não vamos levar isso adiante", disse.
Além disso, Hudson afirmou que não vai prosseguir com a divulgação da expressão "combustível mais barato já", embora seja possível que outros usuários o façam já que a expressão se tornou de domínio público. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a expressão foi replicada no Twitter mais de 28 mil vezes desde o início da semana, mantendo-se entre os assuntos mais comentados no microblog.
Manifestantes boicotam posto na Prudente de Morais
Jornal Diário de Natal
Mobilização que teve início na internet resultou em boicote coletivo, ontem, em resposta à alta dos combustíveis
A alta dos combustíves deixou o mundo virtual. Na noite de ontem, centenas de pessoas se mobilizaram pedindo a redução dos preços praticados na cidade. O primeiro alvo do boicote popular foi um posto localizado na avenida Prudente de Morais. As pessoas que chegavam ao local pediam para abastecer seus carros e motos com menos de R$ 1. Outros pediam nota fiscal e ainda a realização do teste de qualidade (direito garantido por lei). As solicitações geraram uma grande fila, afastando clientes desavisados. A mobilização ocorreu durante o início da noite e o objetivo era impedir que o estabelecimento não obtivesse grandes lucros.
Clientes que chegavam ao local pediam abastecimento com valores abaixo de R$ 1. Foto: Canindé Soares/Divulgação. |
Além disso, novas medidas estão sendo tomadas para investigar e acompanhar os aumentos de preços dos combustíveis em Natal. O Ministério Público Estadual oficializou ontem a criação do Grupo de Atuação Especial para acompanhar e investigar as atividades relativas à comercialização de combustíveis em Natal - GECOMB. Além disso, a prefeita Micarla de Sousa se reuniu na tarde de ontem com o coordenador geral do Procon municipal, Lailson Vieira e determinou fiscalização redobrada para coibir reajustes abusivos de combustíveis. A partir de agora, o Procon municipal fará pesquisa semanal dos preços de combustíveis na cidade.
A equipe do GECOMB é formada por Promotores de Justiça especializados nas áreas consumidor, patrimônio público, sonegação fiscal e criminal, sob a coordenação do Promotor de Justiça do consumidor, José Augusto Peres Filho. O grupo foi criado para fazer um trabalho em várias frentes, uma vez que a investigação de supostas irregularidades praticadas pelos postos de combustíveis não envolvem apenas a defesa do consumidor. Na Promotoria de defesa do consumidor já há uma investigação em curso que, agora, será reforçada pelos Promotores de Justiça da sonegação fiscal, patrimônio público e também criminal.
Na segunda-feira, Ministério Público, OAB, Procons de Natal e do RN e a Câmara Municipal da capital lançam a campanha "Combustível mais barato já", que pretende incentivar o consumidor a não abastecer em postos de combustíveis que estejam com os preços excessivos.
Apoio a tuiteiro
O tuiteiro Hudson Silvestre que havia sofrido ameaças através do twitter e chegou a ser agredido fisicamente após promover campanha no microblog pela redução do preço dos combustíveis, recebeu o apoio da governadora Rosalba Ciarlini e do secretário de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), Aldair da Rocha. "O assessor da Sesed me ligou e disse que se eu precisasse de algum tipo de segurança poderia contar com o governo do Estado. Eles se colocaram à nossa disposição e deixaram telefones para que nós ligássemos caso fosse necessário", disse Hudson.
“Boicote já” contra a alta da gasolina
Publicação: 09 de Abril de 2011 às 00:00
Sara Vasconcelos - Repórter
Defender o direito de consumidor exercendo-o. Foi desta forma que centenas de pessoas mostraram sua indignação com o aumento do preço dos combustíveis e reivindicaram a redução dos custos, na tarde de ontem. Filas de carros bloquearam o acesso pela avenida Prudente de Moares, ao posto localizado no cruzamento com a Miguel Castro. O protesto colocou em marcha lenta o funcionamento do posto, em horário de maior procura por abastecimento – entre às 18h30 e 20h – provocando prejuízo. O movimento pacífico e consciente, teve origem na comunidade “Boicote Já”, de uma rede de relacionamentos Orkut, e reuniu não só estudantes universitários, como profissionais liberais de diversas áreas e servidores públicos. O posto foi escolhido devido ao número de veículos e pessoas que transitam pela via.
rodrigo senaO protesto contra a alta da gasolina atraiu centenas de consumidores a um posto da Prudente de Morais. Dilma proibiu a Petrobras de reajustar preços
Alinhados a uma das filas de bombas de combustíveis, os consumidores exerciam seus direitos ao exigir notas fiscais e testes de qualidade da gasolina, independente da quantia paga. Os valores dos abastecimentos variavam entre R$ 0,10 e R$ 1,00, inclusive com números quebrados para dificultar o troco. “A ideia é que os donos de postos também tenham prejuízo. Estamos abastecendo em ‘conta-gotas’ para atrasar o atendimento, e exigindo tudo que nos é de direito”, disse um dos idealizadores do ato, Anderson Júnior.Apesar do trânsito lento, os condutores demonstravam apoio a causa e alguns até se juntavam ao movimento. Adesivos com frases “Boicote aos postes BR. Diga não ao cartel” eram comercializados nos canteiros e sinais. “É totalmente abusivo que um pólo de gás e petróleo, como o RN, pratique as tarifas mais altas do Nordeste”, disse o servidor público José Edmar de Sarújo Jr, que parou para abastecer e aprovou o ato.
O assistente administrativo Flávio Jácome, 31 anos, pediu cupom fiscal para a compra de R$ 0,10 de gasolina. “Essa é nossa forma de impor o que queremos. Não podemos aceitar que o RN seja o pivô dessa roubalheira ao cidadão”, reclamou. Renato Galdino, 19 anos, segurava com outros ciclistas cartazes e incitando o uso de bicicletas e criação de ciclovias. “O reajuste afeta a vida de todos, porque reflete em aumento de diversas mercadorias”.
O dentista Ricardo ferreira, 50 anos, trocou os postos da capital pelo do interior como forma de boicotar o reajuste. “É uma máfia que abrange todas as esferas, que fazem vista grossa a esse cartel dos postos”, afirma. O dentista aguardava pacientemente a vez de colocar pouco mais de 300ml e pedir o teste de qualidade.
A intenção de fato surtiu efeito. Na primeira hora, um funcionário que preferiu não se identificar, lamentava o “Nesse ritmo e nesse horário, devemos ter perda significativa”, observa.
Uma série de outras mobilizações estão programadas para a próxima semana.
saiba mais
Petrobras
A Petrobras esclarece que a última alteração no preço da gasolina em suas refinarias foi uma redução de 4,5%, em junho de 2009. Em nota, a estatal justifica que os recentes aumentos nos postos de abastecimento se referem ao aumento do preço do etanol anidro, que é adquirido e adicionado à gasolina pelas distribuidoras, no percentual de 25%. Do preço que o consumidor paga nos postos, a parte da Petrobras (realização) representa cerca de 30%, ou seja, se o consumidor paga três reais pelo litro, a parte da Petrobras é de cerca de um real. Os impostos representam 41% do preço final. A parte das distribuidoras e dos revendedores (postos) é de 12% e o etanol anidro adicionado à gasolina corresponde a 18% do preço final do combustível. E que não houve reajuste dos preços nesse período e se mantêm alinhados aos principais concorrentes mundiais.
Quem aumentou, amarga prejuízos
O apelo silencioso da sociedade - em buscar os postos com preços mais baixos - também surte efeito. Os postos que reajustaram os valores junto às bombas, na última segunda-feira, apresentam uma queda no movimento. A baixa chega a 20% do fluxo no Posto Senador Shell, da Mor Gouveia, em Cidade da Esperança, disse o proprietário Marcos Esmeraldo. O reajuste que elevou de R$ 2,790 para R$ 3,060 o preço da gasolina aditivada no local tem causa, explica Marcos Esmeraldo, no reajuste do ICMS e nos valores repassados pela distribuidora. “Os custos repassados pela distribuidora que nos últimos 30 dias superior os R$ 0,30 por litro”. Apesar do posto vazio, a carga de tributação e custos impede uma redução dos preços. “”Não temos como recuar sem ficar no prejuízo”, afirma.
O empresário Francisco de Assis Aquino Godin, do Posto BR Monte Belo, em Neópolis, também sente a queda estimada em 30 a 35% nas vendas na última semana. “Acredito que em função do apelo popular, a Petrobras deve reaver o reajuste e a tendência natural com a moagem da cana nas usinas é que, em 30 dias, os preços baixem”, prevê.
Sem reajuste, filas se formam à entrada do posto localizado no Hipermercado, na avenida João Medeiros Filho, na zona Norte da cidade. O gerente do posto, que não será identificado, explicou que os R$ 2,72 pelo litro da gasolina obedece a uma política da rede de manter os preços abaixo da concorrência. “Como ainda tem postos nessa região com preços na média de R$ 2,75, estamos praticando esse preço”.
Augusto, tomei a liberdade de poster no meu Blog um link para cá.Revoltante e absurda a postura destes MAFIOSOS.
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