quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Bike como meio de transporte


Fonte: http://www.webventure.com.br/comunidade/blog/home/id/7#4072
Publicado por Paulo de Tarso bikers em 09/02/11 às 10:41 na(s) categoria(s) Coluna
O exemplo das cidades médias

Talvez seja interessante pensarmos em outras realidades para entender o que acontece em São Paulo no que se diz respeito a utilização da bicicleta como meio de transporte. Para isso, tomemos Dourados como exemplo, cidade de cerca de 180 mil habitantes localizada a 250 km de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Mesmo o turista mais desatento é capaz de perceber a quantidade de bicicletas que por lá circulam e as áreas reservadas para o seu estacionamento e que são efetivamente utilizadas.

Um olhar mais atento para a paisagem nos ajuda a estabelecer as relações entre as características geográficas da cidade e as facilidades ao ato de pedalar.
A primeira delas é o relevo da cidade que possibilitou a construção de ruas bastante planas e largas, que facilitam o fluxo de bicicletas. A segunda é o clima do tipo tropical, ou seja, quente o ano todo intercalado por uma estação seca e outra chuvosa (chuvas intensas e rápidas).
 
O clima não se restringe apenas às temperaturas e às chuvas, mas também às ações das massas de ar que, dentre outras coisas, influenciam na umidade relativa do ar. E como na região predominam as ações de massa de ar seca transpira-se menos. E a terceira característica é a quantidade de fluxos que animam a estrutura urbana da cidade, bem menos intensos e complexos do que nos grandes centros urbanos e que também explicam as pequenas e médias distâncias que separam os pontos extremos da cidade.
Esses três fatores -clima, relevo e funções urbanas –influenciam no maior ou menor uso da bicicleta como meio de transporte.
Porém, um olhar mais crítico nos permitirá perceber que a bicicleta é mais amplamente utilizada por classes sociais de renda média a baixa. Para eles a bicicleta não é transporte alternativo nem filosofia de vida, mas a única maneira que têm de se locomover pela cidade, ou pelo menos a forma mais econômica. Ora, se a estrutura física é a mesma para todos, por que alguns só se locomovem em seus automóveis?


Texto: Eduardo Campos - Ciclista, Bacharel e licenciado em Geografia pela USP, mestre em Educação pela FEUSP. Foi professor de Geografia no ensino fundamental e médio da rede pública e particular. Autor de publicações de material didático de geografia e orientações sobre práticas de ensino na área. Atualmente trabalha com formação de professores, é assessor da Secretaria Municipal de ensino de São Paulo e coordenador pedagógico e educacional de escola particular. É autor e formador de professores associado à Editora Horizonte desde 2009.

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