quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Dia de reflexão
Hoje, 15 de outubro de 2009, dia do professor.
Parabéns, parabéns mesmo, pois tudo caminha contra o professor e a educação, principalmente contra a educação pública!
A educação é um direito do cidadão e um dever do Estado, a educação conscientiza, humaniza e liberta!
Escolas sem estrutura física adequada, salas quentes, velhos quadros de giz para adoecer o profissional da educação, sem perspectiva de melhora ou plano de carreira. Em muitos casos, um coveiro(com apenas o ensino fundamental) ganha mais do que um professor(formado)! Deve ser devido a situação de óbito da educação e da profissão de professor...
Pois é, existe hoje no Brasil um déficit de professores muito grande, quais são as conseqüências?
A fórmula é: Sem professor = sem educação. Um país sem educação é um país sem futuro!
Muitos largam a profissão, por doença, desenganados com uma profissão sem perspectivas.
O pior, existe um decréscimo no número de alunos que prestam vestibular para as licenciaturas, os que entram nas universidades para cursar tais áreas, muitos mudam de curso ou simplesmente desistem, outros se formam mas vão procurar empregos ou fazer concursos em outras profissões.
As autoridades (in)competentes nada fazem para melhorar esse quadro, aliás fazem, mas para piorar. São tantos impostos, mas praticamente nenhum investimento, a educação só aparece nos discursos demagógicos nos períodos de eleição.
Num mundo capitalista, de alta competitividade, o trabalho exigindo cada vez mais qualificação e o povo não tem acesso nem a um ensino fundamental de qualidade, como o país vai ter um futuro se o povo não tem educação e, por conseqüência qualificação?
Hoje é o dia de parabenizar o professor, que resiste diante dessa realidade perversa, hoje é um dia de reflexão de toda a população sobre qual o futuro das crianças, jovens, adultos e do próprio país, hoje é um dia de Luta!
Professores lutem, conscientizem seus alunos!
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
José Saramago
Saramago chama Igreja de "reacionária" e acusa Bento XVI de "cinismo"
Qua, 14 Out, 04h25Essa matéria está disponível no site Yahoo!(clique aqui para acessar) Roma, 14 out (EFE).- O escritor português e Nobel de Literatura (1998) José Saramago chamou o papa Bento XVI de "cínico" e disse que a "insolência reacionária" da Igreja precisa ser combatida com a "insolência da inteligência viva".
"Que Ratzinger tenha a coragem de invocar Deus para reforçar seu neomedievalismo universal, um Deus que ele jamais viu, com o qual nunca se sentou para tomar um café, mostra apenas o absoluto cinismo intelectual" desta pessoa, disse Saramago em um colóquio com o filósofo italiano Paolo Flores D'Arcais, que hoje lança "Il Fatto Quotidiano".
Saramago, por sua vez, encontra-se na capital italiana para divulgar o livro "O Caderno" e se reunir com amigos italianos, como a vencedora do Nobel de Medicina Rita Levi Montalcini (1986).
No colóquio com Flores D'Arcais, Saramago afirmou que sempre foi um ateu "tranquilo", mas que agora está mudando de ideia.
"As insolências reacionárias da Igreja Católica precisam ser combatidas com a insolência da inteligência viva, do bom senso, da palavra responsável. Não podemos permitir que a verdade seja ofendida todos os dias por supostos representantes de Deus na Terra, os quais, na verdade, só tem interesse no poder", afirmou.
Segundo Saramago, a Igreja não se importa com o destino das almas e sempre buscou o controle de seus corpos.
Perguntado se o pouco compromisso dos escritores e intelectuais poderia ser uma das causas da crise da democracia, o escritor disse que sim. Porém, disse que este não seria o único motivo, já que toda a sociedade encontra-se nesta condição, o que provoca uma crise de autoridade, da família, dos costumes, uma crise moral em geral.
Saramago destacou que o fascismo está crescendo na Europa e mostrou-se convencido de que, nos próximos anos, ele "atacará com força". Por isso, ressaltou, "temos que nos preparar para enfrentar o ódio e a sede de vingança que os fascistas estão alimentando".
A visita de Saramago a Roma acontece a um dia do lançamento do seu mais novo livro "Caim", no qual volta a tratar da religião. EFE
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
A luta de classes nas escolas de Natal
Uma primeira e interessante constatação diz respeito ao rompimento das fronteiras de gênero. Meninas participam ativamente dos eventos. Incitam, provocam e se divertem com as brigas dos rapazes. Estes, destituídos dos rituais de passagem que até a geração de seus pais demarcavam as fronteiras entre o menino e o adulto, encontraram na rua um espaço físico e social para a afirmação social. E essas brigas são performáticas. São encenações, nem por isso sem conseqüências em termos de agressões físicas, que alimentam e se alimentam de sites de relacionamentos...
Mas para além da fenomênica sociologia de botequim a qual se entregam, com indisfarçável sofreguidão, psicólogos e policiais de plantão, talvez seja interessante nos perguntarmos sobre o que está a ocorrer sem pressa de encontrar uma resposta pronta. Trata-se de nos questionarmos a respeito de que processos ou tendências sociais poderiam ser tomados como referências para uma produção de sentido desses eventos tão destacados na mídia da província situada na esquina do Atlântico Sul.
Talvez devêssemos começar destacando que há um sofrimento social e um conjunto de pequenas ou grandes desordens familiares que impactam profundamente a vida escolar dos adolescentes envolvidos nas disputas sócio-espaciais teatralizadas como “brigas de torcida”. De forma um tanto caricata, poderíamos dizer, seguindo indicação de Charles Tilly, de que os adolescentes natalenses encontram na Gang Alvinegra e na Máfia Vermelha algo como “repertórios culturais” através dos quais ecoam a sua dramática reivindicação de um “lugar no mundo”. Por outro lado, e aí já nos deparamos como o que uma velha amiga, weberiana de carteirinha, denominaria de “efeito perverso”: quando meninos e meninas do Atheneu ou do Churchill assomam as ruas adjacentes às suas escolas para as suas, digamos, performances, eles e elas vão, aos poucos, adquirindo uma “cultura da rua”. Essa cultura condensa códigos, valores e gestos corporais distintos, quando não opostos, àqueles legitimados pela cultura escolar oficial. Esse “efeito perverso” cresce como uma bola de neve e toma de conta das mais diversas esferas da vida social, das amizades ao sexo, da vida familiar ao trabalho...
Se os eventos produzidos, ampliados e amplificados pela imprensa local, legitimam a entrada em cena da polícia, o resultado mais do que previsível é a radicalização do confronto daquela “cultura da rua” com a cultura escolar oficial. Uma das expressões desse confronto é o aumento da tensão nas relações entre professores e alunos. As salas de aulas transformam-se, mais e mais, em palcos de agressões veladas, absenteísmo e intolerância. Para os meninos e meninas, os adultos e sua “cultura escolar” expressam um mundo indesejado. Um mundo cinzento e entristecido, sem excitação, sem risco e nulo de promessas de identidade para o presente. Os professores, figuras que, não raro, expressam a continuidade da autoridade (em crise) dos pais, passam a se relacionar mais com figuras sociais, midiaticamente construídas, como é o caso da figura do “adolescente envolvido com torcida organizada”, do que com os meninos e meninas reais que adentram as suas salas de aula.
Alguém já escreveu que os ortodoxos fogem do olhar sobre o abismo, pois, temem que este os trague. Parece ocorrer o mesmo com os candidatos a sociólogos de botequim destas plagas. Tudo se explica por referências genéricas a busca por “identidade” ou à crise da família. Talvez devêssemos olhar mais para o “nosso mundo” (de adultos, professores, policiais, pais, autoridades e que tais) e nos perguntarmos o que ele é hoje. Ou, na mesma direção, em que quimera ele está se transformando. Daí, que m sabe, possamos nos questionar sobre as suas ofertas para inquietos meninos e meninas. Assim procedendo, quem sabe?, talvez pudéssemos entender melhor essa cultura juvenil emergente e os seus modelos culturais.
Fonte: Blog do Edmilson Lopes
Domingo, 11 de Outubro de 2009
Jornais e TVs do Rio Grande do Norte, nos últimos dias, têm destacado os confrontos entre adolescentes estudantes de dois colégios situados na área central da cidade do Natal. Tais acontecimentos legitimaram a histeria que tomou conta de parte dos analistas da vida cotidiana na província. Tudo se passa como se uma nova epidemia tomasse conta da província. E, mais uma vez, as torcidas organizadas, sempre elas!, foram apontadas como a causa explicativa dos performáticos confrontos protagonizados por meninos e meninas estudantes das escolas públicas natalenses.Uma primeira e interessante constatação diz respeito ao rompimento das fronteiras de gênero. Meninas participam ativamente dos eventos. Incitam, provocam e se divertem com as brigas dos rapazes. Estes, destituídos dos rituais de passagem que até a geração de seus pais demarcavam as fronteiras entre o menino e o adulto, encontraram na rua um espaço físico e social para a afirmação social. E essas brigas são performáticas. São encenações, nem por isso sem conseqüências em termos de agressões físicas, que alimentam e se alimentam de sites de relacionamentos...
Mas para além da fenomênica sociologia de botequim a qual se entregam, com indisfarçável sofreguidão, psicólogos e policiais de plantão, talvez seja interessante nos perguntarmos sobre o que está a ocorrer sem pressa de encontrar uma resposta pronta. Trata-se de nos questionarmos a respeito de que processos ou tendências sociais poderiam ser tomados como referências para uma produção de sentido desses eventos tão destacados na mídia da província situada na esquina do Atlântico Sul.
Talvez devêssemos começar destacando que há um sofrimento social e um conjunto de pequenas ou grandes desordens familiares que impactam profundamente a vida escolar dos adolescentes envolvidos nas disputas sócio-espaciais teatralizadas como “brigas de torcida”. De forma um tanto caricata, poderíamos dizer, seguindo indicação de Charles Tilly, de que os adolescentes natalenses encontram na Gang Alvinegra e na Máfia Vermelha algo como “repertórios culturais” através dos quais ecoam a sua dramática reivindicação de um “lugar no mundo”. Por outro lado, e aí já nos deparamos como o que uma velha amiga, weberiana de carteirinha, denominaria de “efeito perverso”: quando meninos e meninas do Atheneu ou do Churchill assomam as ruas adjacentes às suas escolas para as suas, digamos, performances, eles e elas vão, aos poucos, adquirindo uma “cultura da rua”. Essa cultura condensa códigos, valores e gestos corporais distintos, quando não opostos, àqueles legitimados pela cultura escolar oficial. Esse “efeito perverso” cresce como uma bola de neve e toma de conta das mais diversas esferas da vida social, das amizades ao sexo, da vida familiar ao trabalho...
Se os eventos produzidos, ampliados e amplificados pela imprensa local, legitimam a entrada em cena da polícia, o resultado mais do que previsível é a radicalização do confronto daquela “cultura da rua” com a cultura escolar oficial. Uma das expressões desse confronto é o aumento da tensão nas relações entre professores e alunos. As salas de aulas transformam-se, mais e mais, em palcos de agressões veladas, absenteísmo e intolerância. Para os meninos e meninas, os adultos e sua “cultura escolar” expressam um mundo indesejado. Um mundo cinzento e entristecido, sem excitação, sem risco e nulo de promessas de identidade para o presente. Os professores, figuras que, não raro, expressam a continuidade da autoridade (em crise) dos pais, passam a se relacionar mais com figuras sociais, midiaticamente construídas, como é o caso da figura do “adolescente envolvido com torcida organizada”, do que com os meninos e meninas reais que adentram as suas salas de aula.
Alguém já escreveu que os ortodoxos fogem do olhar sobre o abismo, pois, temem que este os trague. Parece ocorrer o mesmo com os candidatos a sociólogos de botequim destas plagas. Tudo se explica por referências genéricas a busca por “identidade” ou à crise da família. Talvez devêssemos olhar mais para o “nosso mundo” (de adultos, professores, policiais, pais, autoridades e que tais) e nos perguntarmos o que ele é hoje. Ou, na mesma direção, em que quimera ele está se transformando. Daí, que m sabe, possamos nos questionar sobre as suas ofertas para inquietos meninos e meninas. Assim procedendo, quem sabe?, talvez pudéssemos entender melhor essa cultura juvenil emergente e os seus modelos culturais.
http://blogdoedmilsonlopes.blogspot.com/2009/10/luta-de-classes-nas-escolas-de-natal.html
sábado, 10 de outubro de 2009
Correr, correr e correr...
Dica de leitura
Olá pessoal, para quem gosta de ler, para quem gosta de caminhar ou correr( pouco, "mais ou menos" ou muuuuuiito), o livro "O Ultramaratonista" é muito bom, mesmo que você não goste nem de caminhar, fala das aventuras de Dean Karnazesque em cada corrida que participou, imagine: uma maratona são 42 km, ultramaratona é uma corrida muiiiiito maior...
Agora, Dean Karanazes lança o livro "50 maratonas em 50 dias", relatando a proeza que foi correr uma maratona por dia durante 50 dias consecutivos! Um feito pra lá de fenomenal.
Olá pessoal, para quem gosta de ler, para quem gosta de caminhar ou correr( pouco, "mais ou menos" ou muuuuuiito), o livro "O Ultramaratonista" é muito bom, mesmo que você não goste nem de caminhar, fala das aventuras de Dean Karnazesque em cada corrida que participou, imagine: uma maratona são 42 km, ultramaratona é uma corrida muiiiiito maior...
Agora, Dean Karanazes lança o livro "50 maratonas em 50 dias", relatando a proeza que foi correr uma maratona por dia durante 50 dias consecutivos! Um feito pra lá de fenomenal.
domingo, 4 de outubro de 2009
O Brasil vai sediar as Olimpíadas 2016
Logo Rio 2016
Clipes Rio 2016:
sábado, 3 de outubro de 2009
Karate Science - Karate - mais uma vez fora das Olimpíadas | karatescience.esporteblog.com.br
O blog karate science escreveu um boa matéria sobre a votação que tirou a possibilidade do karatê entrar na próxima olimpíada.
Karate Science - Karate - mais uma vez fora das Olimpíadas | karatescience.esporteblog.com.br
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karatê do
O caminho dos pés e das mãos.
O Karate é uma arte marcial criada no final do séc XIX na ilha de Okinawa. Arte que teve ao longo da sua história vários mestres,mas teve em Ginchin Funakoshi o seu maior divulgador. Funakoshi foi aluno direto de Yasutsume Azato um dos maiores mestres de Okinawa. Os treinamentos nesta época eram feitos a noite de forma secreta pois eram proíbidos.O treinamento era denominado pelo mestre Azato de “Hito Kata San Nen” que significa um kata em três anos.
Guinchin Funakoshi
Os primeiros contatos com o Karate
Gichin Funakoshi nasceu em Shuri, Okinawa, em 1868, o mesmo ano da Restauração Meiji.
Funakoshi era filho único e logo após seu nascimento foi levado para a casa dos avós maternos, onde foi educado e aprendeu poesia clássica chinesa. Algum tempo depois ele começou afreqüentar a escola primária, onde conheceu outro garoto de quem ficou muito amigo. Esse garoto era filho de Yasutsune Azato, um dois maiores especialistas de Okinawa na arte do Karate, e membro de uma família das mais respeitadas. Logo Funakoshi começou a tomar suas primeiras lições de Karate.
Como na época a prática de artes marciais era proibida em Okinawa, os treinos eram realizados à noite, no quintal da casa de mestre Azato. Lá ele aprendia a socar, chutar e mover-se conforme os métodos praticados naqueles dias. O treinamento era muito rigoroso. Mestre Azato tinha uma filosofia de treinamento que se chamava “Hito Kata San Nen”, ou seja, “um kata em três anos”. Funakoshi estudava cada kata a fundo e, só então quando autorizado pelo seu mestre, seguia para o próximo…
Enquanto praticava no quintal de Azato com outros jovens, outro gigante do Karate, mestre Itosu, amigo de Azato, aparecia e observava-os treinando kata, fazendo comentários sobre suas técnicas. Era uma rotina dura que terminava sempre de madrugada sob a disciplina rígida de mestre Azato, do qual o melhor elogio se limitava a uma única palavra: “Bom!”. Após os treinos, já quase ao amanhecer, Azato falava sobre a essência do Karate.
Após vários anos, a prática do Karate deu grande contribuição para a saúde de Funakoshi, que fora uma criança muito frágil e doentia. Ele gostava muito do Karate, mas como não pensava que pudesse fazer dele uma profissão, inscreveu-se e foi aceito como professor de uma escola primária em 1888, aos 21 anos, aproveitando toda a cultura adquirida desde a infância quando seus avós lhe ensinavam os Clássicos Chineses. Esta deveria ser sua carreira a partir de então.
ShihanNishiyama-abertura
“Shihan Hidetaka Nishiyama Maior Autoridade Mundial do Karatê-Dô Tradicional” in memoriam - 1928/2008
Ensinamentos de Ginchin Funakoshi:
1-O Karatê – Do inicia e termina em saudações.
2-No Karate- Do não existe golpe de agressão.
3-O Karate-Do apoia o caminho da razão.
4-A princípio lapidar o espírito,depois a técnica
5- Conheça a si próprio antes de julgar os outros.
6-Evitar o descontrole do equilíbrio mental.
7-A falha surge com a acomodação mental e física.
9-A essência do Karate-Do se descobre no decorrer da vida.
10-O Karate- Do dará frutos quando associado a vida cotidiana.
11-O Karate-do é igual a água quente ,se não receber o calor constante ela esfria.
12-Não pense em vencer, mas pense em derrota.
13-Mude a posição conforme o tipo do adversário.
14-A luta depende do bom manejo da teoria ying (negativo) yang (positivo).
15-Imagine que seus membros são espadas.
16-Para o homem que sai do seu portão, existem milhões de de adverssários.
17-No princípio seus movimentos são artificiais, mas com a evolução tornam-se naturais.
18-A prática de fundamentos deve ser correta, enquanto em uso, torna-se diferente.
19-Domínio do seu corpo na coordenação,na força, na velocidade e elasticidade.
20-Estudar, criar e aperfeiçoar-se constantemente. 21-O Karate-Do não se limita apenas a academia.
Entre e conheça mais sobre o Karate Do:
O Karate começa a ser ensinado nas escolas de Okinawa
Em 1902, durante a visita de Shintaro Ogawa, que era então inspetor escolar da prefeitura de Kagoshima, à escola de Funakoshi em Okinawa, foi feita uma demonstração de Karate. Funakoshi impressionou bastante devido ao seu status de educador. Ogawa ficou tão entusiasmado que escreveu um relatório ao Ministério da Educação elogiando as virtudes da arte. Foi então que o treinamento de Karate passou a ser oficialmente autorizado nas escolas. Até então o Karate só era praticado atrás de portas fechadas, o que no entanto não significava que fosse um “segredo”.
As casas em Okinawa eram muito próximas umas das outras, e tudo que era feito numa casa era conhecido pelas casas adjacentes. Enquanto muitos autores pregam o Karate como sendo um segredo àquela época, não era exatamente isso o que se encontrava na prática. O Karate era “oficialmente” secreto…
Contra os pedidos de muitos dos mestres mais antigos de Karate que não eram a favor da divulgação da arte, Funakoshi trouxe o Karate até o sistema público de ensino, com a ajuda de Itosu (foto ao lado). Logo as crianças de Okinawa estavam aprendendo kata como parte das aulas de Educação Física. A redescoberta da herança étnica em Okinawa virou moda, e as aulas de Karate em Okinawa eram vistas como uma coisa legal.
Alguns anos depois, o Almirante Rokuro Yashiro assistiu a uma demonstração de kata. Essa demonstração foi feita por Funakoshi junto com uma equipe composta por seus melhores alunos. Enquanto ele narrava, os outros executavam kata, quebravam telhas, e geralmente chegavam ao limite de seus pequenos corpos. Funakoshi sempre enfatizava o desenvolvimento do caráter e a disciplina nas suas narrações durante essas demonstrações. Quando ele participava, gostava de executar o kata Kanku Dai, o maior do Karate, e talvez o mais representativo. Yashiro ficou tão impressionado que ordenou a seus homens que iniciassem o aprendizado na arte.
sul de okinawa
Em 1912, a Primeira Esquadra Imperial da Marinha ancorou na Baía de Chujo, sob o comando do Almirante Dewa, que selecionou doze homens da sua tripulação para estudarem Karate durante uma semana.
Foi graças a esses dois oficiais da Marinha que o Karate começou a ser comentado em Tokyo. Os japoneses que viam essas demonstrações levavam as histórias sobre o Karate consigo quando voltavam ao Japão. Pela primeira vez na sua história, o Japão acharia algo na sua pequena possessão de Okinawa além de praias bonitas e o ar puro.
O Karate chega ao Japão
Príncipe Herdeiro Hirohito
Funakoshi pretendia retornar logo para Okinawa mas, depois da exibição, ele foi cercado de pedidos para ficar no Japão ensinando Karate.
Uma das pessoas que pediu para que ele ficasse foi Jigoro Kano (foto ao lado), o fundador do Judo e presidente do Instituto Kodokan. Funakoshi resolveu ficar mais alguns dias para fazer demonstrações de suas técnicas no próprio Kodokan.
Algum tempo depois, quando se preparava novamente para retornar à Okinawa, foi visitado pelo pintor Hoan Kosugi, que já tinha assistido a uma demonstração de Karate em Okinawa e pediu que ele lhe ensinasse a arte. Mais uma vez sua volta foi adiada.
Funakoshi percebeu então que se ele quisesse ver o Karate propagado por todo o Japão ele mesmo teria que fazê-lo. Por isso resolveu ficar em Tokyo até que sua missão fosse cumprida.
No Japão, Funakoshi foi ajudado por Jigoro Kano, o homem que reuniu vários estilos diferentes de Jujutsu para fundar o Judo. Kano tornou-se amigo íntimo de Funakoshi, e sem sua ajuda nunca teria havido Karate no Japão. Kano o introduziu às pessoas certas, levou-o às festas certas, caminhou com ele através dos círculos sociais da elite japonesa. Mais tarde naquele ano, as classes mais altas dos japoneses se convenceram do valor do treinamento do Karate.
Funakoshi fundou um dojo de Karate num dormitório para estudantes de Okinawa, em Meisei Juku. Ele trabalhou como jardineiro, zelador e faxineiro para poder se alimentar enquanto ensinava Karate à noite.
O primeiro livro
Em 1922, a pedido do pintor Hoan Kosugi, Funakoshi publicou seu primeiro livro: “Ryukyu Kenpo Karate”, um tratado nos propósitos e prática do Karate. Na introdução daquele livro ele já dizia que “…a pena e a espada são inseparáveis como duas rodas de uma carroça”. O grande terremoto de Kanto em 1º de setembro de 1923 destruiu as placas de seu livro, e levou144alguns de seus alunos com ele. Ninguém morreu com o tremor, os incêndios que provocaram as mortes. O terremoto ocorreu durante a hora do almoço, no momento em que cada fogão a gás no Japão estava ligado. Os incêndios que ocorreram a seguir eram monstruosos, e maioria da vidas perdidas se deveu ao fogo. Este livro teve grande popularidade e foi revisado e reeditado quatro anos após o seu lançamento, com o título alterado para: “Rentan Goshin Karate Jutsu”.
Em 1925, Funakoshi começou a pegar alunos dos vários colégios e universidades na área Metropolitana de Tokyo e nos anos seguintes esses alunos começaram a fundar seus próprios clubes e a ensinar Karate a estudantes destas escolas. Como resultado, o Karate começou a se espalhar por Tokyo. No início da década de 30 haviam clubes de Karate em cada universidade de prestígio de Tokyo. Mas por que estava Funakoshi conseguindo tantos jovens interessados em Karate desta vez? O Japão estava fazendo uma Guerra de Colonização na Bacia do Pacífico. Eles invadiram e conquistaram a Coréia, Manchúria, China, Vietnã, Polinésia, e outras áreas. Jovens a ponto de irem para a guerra vinham a Funakoshi para aprender a lutar, assim eles poderiam sobreviver ao recrutamento nas Forças Armadas Japonesas. O seu número de alunos aumentou bastante.
Por volta de 1933, Funakoshi desenvolveu exercícios básicos para prática das técnicas em duplas. Tanto o ataque de cinco passos (Gohon Kumite) como o de um (Ippon Kumite) foram usados. Em 1934, um método de praticar esses ataques e defesas com colegas de um modo levemente mais irrestrito, semi-livre (Ju Ippon Kumite), foi adicionado ao treinamento. Finalmente, em 1935, um estudo de métodos de luta livre (Ju Kumite) com oponentes finalmente tinha começado. Até então, todo Karate treinado em Okinawa era composto basicamente de kata. Isso era tudo. Agora, os alunos poderiam experimentar as técnicas dos kata uns com os outros sem causar danos sérios.
Neste mesmo ano de 1935, foi publicado seu próximo livro: “Karate-Do Kyohan”. Este livro trata basicamente dos kata.
Uma reforma no Karate
Lao Tzu
Em 1936, Funakoshi mudou os caracteres Kanji utilizados para escrever a palavra Karate. O caracter “Kara” significava “China”, e o caracter “Te” significava “Mão”. Para popularizar mais a arte no Japão, ele mudou o caracter “Kara” por outro, que significa “Vazio”. De “Mãos Chinesas” o Karate passou a significar “Mãos Vazias”, e como os dois caracteres são lidos exatamente do mesmo jeito, então a pronúncia da palavra continuou a mesma. Além disso, Funakoshi defendia que o termo “Mãos Vazias” seria o mais apropriado, pois representa não só o fato de o Karate ser um método de defesa sem armas, mas também representa o espírito do Karate, que é esvaziar o corpo de todos os desejos e vaidades terrenos. Com essa mudança, Funakoshi iniciou um trabalho de revisão e simplificação, que também passou pelos nomes dos kata, pois ele também acreditava que os japoneses não dariam muita atenção por qualquer coisa que tivesse a ver com o dialeto caipira (interiorano) de Okinawa. Por isso ele resolveu mudar não só nome da arte mas também os nomes dos kata. Ele estava certo, e seus número cresceram mais ainda.
Funakoshi tinha 71 anos em 1939, e foi quando ele deu o primeiro passo dentro de um Dojo de Karate em 29 de Janeiro. O prédio foi feito de doações particulares, e uma placa foi pendurada sobre a entrada e dizia: “Shotokan”. “Sho” significa pinheiro. “To” significa ondas ou o som que as árvores fazem quando o vento bate nelas. “Kan” significa edificação ou salão. “Shoto” era o pseudônimo que Funakoshi usava para assinar suas caligrafias quando jovem, pois quando ele ia escrevê-las se recolhia em um lugar mais afastado, onde pudesse buscar inspiração, ouvindo apenas o barulho do pinheiros ondulando ao vento. Esse nome dado ao Shotokan Karate Dojo foi uma homenagem de seus alunos.
A Segunda Guerra Mundial
Com a eminência de uma guerra pairando no ar, a necessidade de treinamento nas artes militares estava em crescimento. Jovens estavam se amontoando nos dojos, vindos de todas as partes do Japão. O Karate foi de carona nessa onda de militarismo e estava desfrutando de uma aceitação acelerada como resultado.
Finalmente, no dia 7 de dezembro de 1941, o Japão comete seu grande erro. O bombardeio das forças navais americanas em Pearl Harbor fora a gota d’água. Numa tentativa de prevenir que as embarcações americanas bloqueassem a importação japonesa de matéria-prima, os japoneses tentaram remover a frota americana e varrer a influência ocidental do próprio Oceano Pacífico. O plano era bombardear os navios de guerra e os porta-aviões que estavam no território do Hawaii. Isto deixaria a força da América no Pacífico tão fraca que a nação iria pedir a paz para prevenir a invasão do Hawaii e do Alasca. Infelizmente, o pequeno Japão não tinha os recursos, força humana, ou a capacidade industrial dos Estados Unidos. Com uma mão nas costas, os americanos destruíram completamente os japoneses na Ásia e no Pacífico.
Uma das vítimas dos ataques aéreos foi o Shotokan Karate Dojo que havia sido construído em 1939. Com a América exercendo pressão em Okinawa, a esposa de Funakoshi finalmente iria deixar a ilha e juntar-se a ele em Kyushu no Sul do Japão. Eles ficaram lá até 1947.
Os americanos destruíram tudo que estava em seu caminho. As ilhas foram bombardeadas do ar, todas as cidades queimadas até o fim, as colinas crivadas de balas pelos cruzadores de guerra de longe da costa, e então as tropas varreram através da ilha, cercando todo mundo que estivesse vivo. A era dourada do Karate em Okinawa tinha acabado. Todas as artes militares haviam sido banidas rapidamente pelas forças americanas.
Primeiro uma, depois outra bomba atômica explodiram sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Três dias depois, bombardeiros americanos sobrevoaram Tokyo em tal quantidade que chegaram a cobrir o Sol. Tokyo foi bombardeada com dispositivos incendiários. Descobrindo que o governo do Japão estava a ponto de cometer um suicídio virtual sobre a imagem do Imperador, cartas secretas foram passadas para os japoneses garantindo sua segurança se eles assinassem sua “rendição incondicional”. O Japão estava acabado, a Guerra do Pacífico também, mas o pesadelo de Funakoshi ainda havia de acabar.
Foi então que Gigo (foto ao lado), também conhecido como Yoshitaka, dependendo como se pronuncia os caracteres de seu nome, filho de Funakoshi, um jovem e promissor mestre de Karate no seu próprio direito, aquele que Funakoshi estava contando para substituí-lo como instrutor do Shotokan, pegou tuberculose em 1945 e veio a falecer enquanto teimosamente tradition_Funakoshirecusa-se a comer a ração americana dada ao povo faminto.
Funakoshi e sua esposa tentaram viver em Kyushu, uma área predominantemente rural, sob a ocupação americana no Japão mas, em 1947, ela morre, deixando Funakoshi retornar a Tokyo para reencontrar seus alunos de Karate que ainda viviam. Depois que a guerra havia acabado, as artes militares haviam sido completamente banidas. Entretanto, alguns dos alunos de Funakoshi tiveram sucesso em convencer as autoridades que o Karate era um esporte inofensivo. As autoridades americanas concederam, mais por causa que naquela época eles não tinham idéia do que Karate fosse. Além disso, alguns homens estavam interessados em aprender as artes militares secretas do Japão, então as proibições foram eliminadas completamente em 1948.
Em maio de 1949, os alunos de Funakoshi movem-se para organizar todos os clubes de Karate universitários e privados numa simples organização, e eles a chamaram de Nihon Karate Kyokai (Associação Japonesa de Karate). Eles nomearam Funakoshi seu instrutor chefe. Em 1955, um dos alunos de Funakoshi consegue arranjar um dojo para a NKK.
Uma lição para o mundo
Em 1957, Funakoshi tinha 89 anos de idade. Ele foi um professor de escola primária e um professor de Karate. Ele se mudou para o Japão em 1922 (o que não é um pequeno ato de coragem) e trouxe consigo o Karate, dando ao Japão algo de Okinawa com seu próprio jeito pacifista. No processo, ele perdeu um filho, sua esposa, o prédio que seus alunos fizeram para ele, seu lar, e qualquer esperança de uma vida pacífica. Ele suportou uma Guerra Mundial que resultou em calamidade nacional, e ele treinou seus jovens amigos e conheceu suas famílias apenas para vê-los irem lutar e serem mortos pelas forças invencíveis dos Estados Unidos. Ele viu o Japão queimar, ele viu os antigos templos e santuários serem totalmente aniquilados, ele viu bombardeiros enegrecerem o Sol, e ele viu como um pilar de fumaça negra subia de cada cidade no Japão e envenenava o ar que ele respirava. Ele viu o Japão cair da glória para uma nação miserável, dependendo de suprimentos de comida e roupas dos seus conquistadores. O cheiro da fumaça e o cheiro dos mortos, os berros daqueles que foram deixados para morrer lentamente, o choro das mães que perderam seus filhos e esposas que nunca mais iriam ver seus maridos, o medo, o ruído ensurdecedor dos B-29’s voando sobre sua cabeça aos milhares, os clarões como os de trovões por todo o país quando as bombas explodiam em áreas residenciais, os flashes de luz na escuridão, a espera no rádio para poder ouvir a voz do Imperador pela primeira vez, somente para anunciar a rendição, a humilhação de implorar comida aos soldados. Intermináveis funerais, famílias arruinadas e lares destruídos…
A lição mais importante que ele nos ensinou está expressa na história do modo que ele passou pelo dojo principal de Jigoro Kano, o fundador do Judo. Caminhando pela rua, ele parou e fez uma pequena prece quando passou pelo Kodokan. E, se estivesse dirigindo um carro, ele tiraria seu chapéu quando passasse pelo Kodokan. Seus alunos não entenderam porque ele estaria rezando pelo sucesso do Judo. Ele explicou: “Eu não estou rezando pelo Judo. Eu estou oferecendo uma prece em respeito ao espírito de Jigoro Kano. Sem ele, eu não estaria aqui hoje”.
Gichin Funakoshi, o “Pai do Karate Moderno”, faleceu no dia 26 de abril de 1957. No seu túmulo está gravada sua célebre frase: “Karate Ni Sente Nashi”. O monumento (foto ao lado) está localizado no Templo Engakuji na cidade de Kamakura, Japão.
Dojo Kun (Ensinamentos do Karate Do tradicional)
dojokun
HITOTSU – JINKAKU KANSEI NI TSUTOMURU KOTO
Esforçar-se para formação do caráter!
HITOTSU – MAKOTO NO MICHI O MAMORU KOTO
Ser fiel ao verdadeiro caminho da razão!
HITOTSU – DORYOKU NO SEISHIN O YASHINAU KOTO
Criar o intuito de esforço!
HITOTSU – REIGI O OMONZURU KOTO
Respeitar, acima de tudo!
HITOTSU – KEKKI NO YU O IMASHIMURU KOTO
Reprimir o espírito de agressão!
Matéria sobre Gichin Funakoshi retirada do site da Budokan Karate – http://www.budokan.com.br
karate
Publicado em 30 30 UTC Setembro 30 UTC 2009 de 21:23 e arquivado sobre Artes Marciais com as tags Budokan Karate Do, ensinamentos Ginchin Funakoshi, Ginchin Funakoshi, Karate Do, Okinawa, Yoshitaka. Você pode acompanhar qualquer resposta por meio do RSS 2.0 feed. Você pode deixar uma resposta, ou trackback do seu próprio site.
Esse post foi retirado do Blog do Aido Bonsai
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